Nos últimos tempos, a demanda por qualidade nos serviços de saúde aumentou devido a várias forças do mercado.
Inicialmente, são fatores como o acesso à informação, crescimento corporativo, e principalmente, a concorrência. Somado a isso, a busca por segurança do paciente, segurança hospitalar, e o impacto dessa demanda, apesar de discreto, já pode ser percebido.
Como resultado, também aumentaram as expectativas do consumidor quanto à melhor qualidade dos serviços. Então, hospitais e outros serviços de assistência à saúde começaram a se atentar aos seus sistemas de gerenciamento hospitalar.
Inegavelmente, todo esse cenário também levou à introdução de organismos nacionais e internacionais de acreditação. Esses, atuam como um mecanismo de garantia de qualidade, ampliando assim o acesso dos clientes a melhores serviços de saúde.
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O que é Acreditação Hospitalar?
Antes de mais nada, o termo se refere a um reconhecimento. Visto que, gera confiança perante a sociedade, de que o serviço segue padrões qualitativos dentro de sua área de atuação.
Uma vez que a história desse modelo de reconhecimento no Brasil se iniciou, mudanças graduais aconteceram. No final da década de noventa, quando o Ministério da Saúde reuniu especialistas para desenvolver o modelo brasileiro de acreditação.
Consequentemente, foi publicado o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, que estabelecia os padrões de qualidade para os hospitais que buscavam certificação.
Logo depois, foi criada a Organização Nacional de Acreditação (ONA). Uma entidade não governamental e sem fins lucrativos, responsável por coordenar o Sistema Brasileiro de Acreditação. Ela trabalha por meio do desenvolvimento e gestão dos padrões brasileiros de qualidade e segurança em saúde.
A ONA atua, principalmente, na implantação de padrões e normas técnicas, credenciamento de instituições acreditadoras e capacitação de avaliadores.
A saber, a acreditação é um método de avaliação e certificação, com padrões e requisitos previamente definidos. O método promove a qualidade e a segurança da assistência no setor de saúde.
Em suma, é o resultado de um processo de autoavaliação e avaliação externa, por pares. Desse modo, o processo é usado pelas organizações para avaliar seu nível de desempenho em relação aos padrões estabelecidos e implementar maneiras de melhorar continuamente.
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Acreditação e o gerenciamento hospitalar
Como já mencionado, no Brasil esse modelo específico de certificação pode ser considerado recente. As primeiras iniciativas de avaliação da qualidade dos serviços de saúde surgiram na década de setenta, mas só na década de noventa, com a criação do Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar (PBAH) que o modelo ganhou maior projeção.
Dentre os potenciais impactos, está a melhoria do gerenciamento hospitalar e da qualidade da assistência prestada aos usuários. Além disso, a adoção voluntária de padrões de qualidade potencializa o reconhecimento público do hospital acreditado.
Tudo isso porque, os vários padrões disponíveis são baseados em áreas do gerenciamento hospitalar, que abrangem os princípios de garantia de qualidade, prática baseada em evidências, ética médica e segurança do paciente.
Como funciona?
Em princípio, o processo de Acreditação Hospitalar se inicia num projeto, que pode decorrer do planejamento estratégico da instituição, com o envolvimento de todas as partes envolvidas.
Em seguida, diante do interesse da instituição em se submeter a um processo de avaliação, todo um movimento interno é realizado. Colaboradores diretos e terceirizados passam por procedimentos de sensibilização, com palestras e eventos educativos, e então, se dá início a implantação do projeto.
Nesse sentido, para ser acreditada, a organização precisa comprovadamente atender aos padrões definidos pela ONA, ou outra metodologia de escolha, reconhecidos internacionalmente.
Tudo funciona de forma voluntária e reservada, uma vez que o método de avaliação para acreditação não possui caráter fiscalizatório. Ou seja, em sua essência, é um programa de educação permanente para hospitais e outros serviços de saúde, revisto periodicamente para estimular a melhoria contínua.
Em virtude de não ter caráter prescritivo, a metodologia não traz recomendações específicas sobre ferramentas, técnicas, processos ou linhas metodológicas a serem seguidas pelas organizações. Resumidamente, um programa de acreditação indica o que deve ser feito, mas o como fazer está sob o comando da instituição.
Quais as metodologias mais utilizadas?
No Brasil, atualmente, há três metodologias disponíveis, duas de reconhecimento internacional – Qmentum e Joint Commission International (JCI) – e uma nacional, a ONA, da Organização Nacional de Acreditação.
Semelhantemente, as três utilizam dimensões de qualidade e requisitos estruturados para avaliação, como pode ser conferido a seguir.
ONA – Organização Nacional de Acreditação
A metodologia nacional da ONA, é a mais utilizada em todo o território nacional. Ela prevê a evolução institucional nos requisitos de qualidade, uma vez que o processo de certificação abrange três níveis: acreditado, acreditado pleno e acreditado com excelência.
Por isso, essa metodologia permite avaliar a melhoria contínua na gestão e nos processos das organizações de saúde.
Sem dúvida, o foco da acreditação ONA é a melhoria dos processos administrativos e o gerenciamento da rotina hospitalar.
A instituição pode ser acreditada nos seguintes níveis:
Nível 1 – Acreditado: são avaliadas todas as áreas de atividades da instituição, incluindo aspectos estruturais e assistenciais e precisa atender a um critério global:
- 70% ou mais dos padrões de qualidade e segurança definidos pela ONA.
O certificado para nível 1 é válido por dois anos.
Nível 2 – Acreditado Pleno: a organização precisa atender a dois critérios globais:
- 80% ou mais dos padrões de qualidade e segurança;
- 70% ou mais dos padrões ONA de gestão integrada, com processos ocorrendo de maneira fluida e plena comunicação entre as atividades.
Para este nível o certificado tem validade por dois anos.
Nível 3 – Acreditado com Excelência: a organização precisa atender a três critérios:
- 90% ou mais dos padrões de qualidade e segurança;
- 80% ou mais dos padrões de gerenciamento integrado;
- 70% ou mais dos padrões ONA de Excelência em Gestão, demonstrando uma cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional.
Neste nível o certificado é válido por três anos.
Os padrões ONA podem ser adotados e avaliados nos vários tipos de prestadoras de serviços de saúde.
Qmentum – Acreditação Canadense
Acreditation Canada International (ACI) é a estrutura internacional da Accreditation Canada. Inegavelmente, uma organização sem fins lucrativos dedicada a um grande trabalho de melhoria da qualidade dos serviços sociais e de saúde para todos, em todo o mundo.
O Programa de Acreditação Hospitalar da ACI, conhecido como Qmentum International, é um modelo de avaliação de serviços de saúde, aplicado em mais de 40 países, com a finalidade de assegurar que as organizações atendam aos requisitos internacionais de governança clínica e boas práticas assistenciais.
De fato, a metodologia se diferencia pelo uso de ferramentas específicas de trabalho que também permitem a avaliação e reestruturação dos processos transversais à assistência. Por conseguinte, o foco principal é o atendimento humanitário ao paciente e o trabalho de times assistenciais.
O Qmentum é composto por mais de 30 padrões específicos de serviços. Ele é aplicável a uma ampla variedade de provedores de serviços de saúde, que vão desde hospitais especializados até ambulatórios. Sobretudo, o programa avalia instalações médicas para atendimento clínico, administração e infraestrutura. Um estabelecimento que possui a Acreditação Hospitalar ACI tende a demonstrar:
- Maior satisfação do paciente;
- Melhora nas taxas de triagem e imunização;
- Melhora na segurança do paciente;
- Redução de custos;
- Melhora na prevenção de doenças crônicas;
- Dentre outros.
Ademais, a Acreditação Hospitalar ACI se dá em três níveis, sendo eles: Gold, Platinum and Diamond. A validade da certificação, independentemente do nível, é de três anos.
Mais de 150 organizações em 25 países já foram acreditadas, incluindo Brasil, Itália, Bélgica, México, Emirados Árabes Unidos e Filipinas.
JCI – Acreditação Americana
A Joint Commission International (JCI) é uma organização não governamental norte-americana. Ela atua em mais de 100 países, com a finalidade de melhorar a segurança do paciente e a qualidade da saúde na comunidade internacional.
A organização oferece educação, publicações, serviços de consultoria, acreditação e certificação internacionais. Ela auxilia na promoção de rigorosos padrões de atendimento e no fornecimento de soluções para que hospitais atinjam o seu desempenho máximo.
Primordialmente, a acreditação da JCI tem foco na segurança do paciente e possui boa aceitação pela categoria médica.
Considerada por seus padrões exigentes, possui critérios que, entre outros, abrangem:
- Infraestrutura do ambiente assistencial;
- Tratamento clínico;
- Direitos e deveres dos pacientes;
- Prontuário do paciente;
- Treinamento dos profissionais;
- Gerenciamento de catástrofes;
- Controle de infecção hospitalar
- Manutenção dos equipamentos.
Os padrões da JCI definem a expectativa, as estruturas ou as funções de desempenho. Estas, devem estar plenamente estabelecidas para que um hospital seja acreditado pela JCI e são organizados em três seções, que se referem aos padrões:
- Centrados no paciente;
- De gerenciamento da instituição de saúde;
- Para hospitais que são centros médicos acadêmicos.
Por que é importante?
É notório que os hospitais e demais serviços de assistência à saúde enfrentam desafios. Dentre estes, há o aumento da demanda por serviços, redução de orçamentos e falta de leitos disponíveis, entre outros.
Com efeito, a Acreditação é um meio estratégico para ajudar os serviços a aproveitarem ao máximo seus recursos e gerenciarem custos.
Ademais, é imperativo afirmar que os pacientes e profissionais são os maiores beneficiados de uma acreditação hospitalar, pois ganham em segurança.
Dentre as maiores vantagens, temos:
- Melhoria da qualidade da assistência;
- Constituição de equipe qualificada;
- Integração da equipe em busca de um objetivo maior, que é a atenção com a qualidade oferecida ao paciente;
- Diferencial competitivo para profissionais e instituição;
- Compromisso de todos com a qualidade e a melhoria contínua.
Em outras palavras, esse modelo é considerado referência para medir a qualidade de uma organização de saúde. Consequentemente, a preparação para o credenciamento oferece à sua organização a oportunidade de identificar seus pontos fortes e áreas de melhoria.
De modo geral, a acreditação ajuda a otimizar o uso de todos os recursos. Isto é, focar no aumento da eficiência, qualidade e segurança, melhorar a comunicação entre os funcionários e reduzir riscos e variações, economizando tempo e dinheiro.
Impacto da acreditação na segurança hospitalar
Certamente, diante do o histórico dos serviços de saúde, não restam dúvidas de que implementar padrões de qualidade é efetivo para a segurança hospitalar. Sem dúvida, o impacto causado por um processo de acreditação bem conduzido é sentido por todos os envolvidos.
De fato, os benefícios atingem desde as lideranças, passando por colaboradores diretos e terceirizados, até pacientes e a comunidade.
Sem dúvidas, padrões baseados em evidências internacionalmente reconhecidos estabelecem razoáveis expectativas de desempenho e segurança hospitalar. Com efeito, isso se deve ao fato de que esses padrões se concentram em funções importantes que são essenciais para fornecer cuidados seguros e de alta qualidade.
Da mesma forma, instituições que adotam aos padrões de qualidade, independente da metodologia, tem subsídio significativo para desenvolver estratégias que direcionem a resolução dos problemas mais complexos. Assim sendo, obtém auxílio estruturado na identificação das principais vulnerabilidades da instituição e na experiencia de atendimento ao paciente.
A acreditação e a segurança do paciente
Sem dúvida, a segurança do paciente é um dos pontos mais importantes a serem considerados num serviço de saúde.
Sob o mesmo ponto de vista, programas de acreditação inseridos pelas instituições de saúde para aprimorar seus serviços, incluindo procedimentos de segurança do paciente, pode elevar sensivelmente os níveis de atendimento ao indivíduo e à comunidade.
Só para ilustrar, se considerado que, no setor de saúde, um em cada dez pacientes hospitalizados pode ser afetado por erro médico, independentemente da metodologia, a aplicação dos padrões de qualidade contribui para a melhoria da segurança do paciente e a redução de erros médicos, consequentemente, aumentando o reconhecimento institucional.
Por fim, a acreditação fornece um sistema transparente de controle sobre os serviços de saúde credenciados, de modo a garantir que o serviço cumpra constantemente os critérios adotados. Ou seja, com níveis graduais e constantes de melhoria.
Com o desenvolvimento de uma cultura de qualidade, há também o incentivo para estabelecer metas educacionais e de melhoria de desempenho. Ainda assim, há possibilidade de envolvimento dos pacientes, oferecendo a estes uma oportunidade de dar um feedback sobre os serviços prestados.
Finalmente, garante que os serviços de saúde, públicos ou privados, nacionais ou internacionais, desempenhem os papéis esperados no sistema de saúde. Com gerenciamento voltado principalmente para a segurança do paciente e do hospital.
Esperamos que este artigo tenha sido útil a você e fique à vontade para compartilhar este post com seus colegas.
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