Os serviços de saúde estão sempre sob a ameaça de invasão de pragas. Desse modo, os profissionais que atuam nestes serviços enfrentam diariamente muitos desafios. Um dos maiores, é garantir que a limpeza de ambientes se mantenha no mais alto nível, enquanto cuidam de suas atividades.
As pragas representam uma série de ameaças à saúde por meio da disseminação de micro-organismos e contaminação de superfícies, suprimentos e equipamentos médicos. Desse modo, garantir que a instalação permaneça livre de pragas é um desses desafios.
E quanto maior a estrutura do serviço, mais complexo, uma vez que também aumentam os fatores de risco para infestações por pragas. Isso porque, cozinhas maiores, mais comida sendo servida, mais banheiros e mais visitantes, entre outros. Outros fatores incluem a condição das pessoas alojadas nas instalações e a complexidade organizacional dos tomadores de decisão.
[rock-convert-pdf id=”988″]
A melhor maneira de evitar um problema de pragas é entender o ciclo. Ou seja, como elas obtêm acesso, quais são as mais problemáticas, onde as infestações têm maior probabilidade de se desenvolver, como combatê-las e evitá-las.
Vamos entender mais sobre pragas hospitalares.
Controle de entrada de pragas hospitalares
Infestação pode ocorrer devido a pragas que entram no entorno imediato. Igualmente, há pragas que por algum motivo já estão dentro da estrutura hospitalar. Como também, há aquelas que são trazidas para a instalação por visitantes ou funcionários por meio de roupas, alimentos, flores ou outros itens. Embora possa ser difícil impedir a entrada de pragas pelos visitantes, educar todos os funcionários sobre prevenção dentro da instalação pode evitar maiores problemas.
Pragas do entorno imediato
Em primeiro lugar, os profissionais que ali atuam devem implementar etapas de exclusão para impedir a entrada de pragas nas imediações. Já na entrada, as portas das instalações devem estar sempre fechadas e devem ser projetadas para reduzir ou impedir a entrada de pragas voadoras. Da mesma forma, as janelas devem ser adequadamente teladas e as aberturas para ar condicionado ou outros utilitários devidamente fechadas para evitar pontos de entrada.
Os profissionais das instalações também devem se lembrar que o clima mais frio tende a empurrar muitas pragas em ambientes fechados, e quando o tempo esquenta eles tendem a sair de seus esconderijos. Isso geralmente ocorre através de aberturas de serviços públicos ou portas de carregamento de docas e através de vegetação, como arbustos ou árvores, plantadas perto de edifícios.
Um bom serviço de jardinagem pode impedir que os roedores tenham acesso fácil aos níveis superiores, janelas e teto.
Um sistema de encanamento mal mantido também pode facilmente atrair pragas como baratas e moscas que buscam por umidade. Qualquer tubo com vazamentos ou condensação pode ser problemático, assim como os ralos de banheiro e cozinha entupidos. A fixação de drenos no piso e a calafetagem pontos de entrada é essencial. Logo, impede que baratas, moscas e roedores usem o sistema de encanamento para se espalhar por toda a instalação.
Pragas trazidas junto a alimentos
Outro ponto de acesso fácil para pragas é através da entrega de alimentos. Assim, o estabelecimento de protocolos sobre o fluxo de alimentos em toda a instituição é um componente essencial de um programa geral de manejo de pragas.
Por exemplo, os funcionários do serviço de alimentação devem inspecionar todas as entregas de alimentos em busca de pragas reais ou sinais de pragas, como excrementos, além de embalagens e alimentos danificados. As caixas de papelão nas quais os alimentos são entregues devem ser quebradas e imediatamente descartadas das instalações.
Além disso, os alimentos armazenados devem ser mantidos nas prateleiras altas, longe do chão e das paredes. É parte da rotina dos funcionários da cozinha inspecionar esses itens alimentares com frequência e relatar qualquer sinal de infestação, para que medidas de controle e combate a pragas sejam tomadas.
Além disso, a equipe da cozinha deve garantir que as superfícies da cozinha e os locais sob prateleiras e aparelhos estejam devidamente higienizados e livres de detritos e umidade dos alimentos.
Pragas que acompanham visitantes e funcionários
Finalmente, pragas problemáticas, como percevejos, podem ser transportadas nas roupas das pessoas, em bolsas, sacos e através da coleta de roupas. A educação da equipe de lavanderia e limpeza é especialmente importante para detectar problemas antes que uma infestação grave se enraíze.
Embora essas áreas apresentem maior risco de infestação dentro dos serviços de saúde, as seguintes áreas também são consideradas pontos de atenção e requerem vigilância:
- vestiários e armários para funcionários,
- armários de zeladoria,
- lavanderia,
- áreas de serviço de alimentação,
- restaurantes, cafés e lanchonetes,
- áreas de máquinas de venda automática,
- carrinhos de comida,
- móveis de cabeceira nos quartos dos pacientes,
- áreas de drenagem e pia,
- enfermarias de terapia intensiva,
- centro cirúrgico,
- unidade de diálise renal,
- sala de autópsia,
- lixeiras,
- ralos,
- docas de carregamento e locais relacionados.
Veja também: A ameaça dos fungos no ambiente hospitalar
Principais pragas hospitalares e seus esconderijos
Embora existam muitas razões pelas quais infecções secundárias podem ocorrer em unidades de saúde, as pragas comuns carregam bactérias em seus corpos. Dessa maneira, podem impactar os pacientes por meio de contato pessoal ou contaminação de equipamentos, suprimentos e superfícies em várias partes da instalação.
As seguintes pragas apresentam os maiores riscos para a saúde:
Baratas
As baratas tem o poder de espalha milhões de diferentes tipos de bactérias, fungos e vírus, além de vermes parasitas e outros tipos de patógenos humanos. Como vetores da doença, as baratas geralmente carregam bactérias como Escherichia coli e Salmonella sp. em seus corpos. Por consequência, contaminam não apenas alimentos, equipamentos de cozinha e superfícies, como também, comprometem toda a desinfecção das salas de cirurgias, de exames e alojamentos.
As baratas também são responsáveis por aumentar a gravidade dos sintomas de asma e alergias respiratórias, principalmente em crianças e idosos.
É provável que as baratas sejam encontradas em vestiários e refeitórios, lavanderias, armários de zeladoria, áreas de serviço de alimentação, restaurantes e lanchonetes. Do mesmo modo, ocupam áreas de máquinas de venda automática, carrinhos de comida, drenos de pia, bem como, docas de carregamento e áreas de resíduos.
Roedores
Os roedores podem entrar nos edifícios através de quase qualquer abertura ou fenda maior que uma moeda de dez centavos. Uma vez dentro, os roedores podem causar danos estruturais, pois são capazes de roer até mesmo paredes, papelão, madeira e gesso além de fiação elétrica, aumentando o risco potencial de incêndio.
Ainda, os roedores defecam constantemente e podem facilmente contaminar toda e qualquer comida e superfícies de preparação de alimentos. Os profissionais das instalações devem inspecionar excrementos de roedores, especialmente em despensas de lanchonetes, áreas de armazenamento e paredes.
Os roedores normalmente são encontrados em lavanderias, áreas de serviço de alimentação, carrinhos de comida, docas de carregamento e áreas de coleta de resíduos.
Formigas
Formigas são insetos sociais. Portanto, identificar uma formiga indica que muitas vivem em locais próximos. Embora as formigas possam contaminar os alimentos e a superfície dos alimentos, a espécie de formiga mais preocupante nos serviços de saúde é a formiga-faraó.
Essas formigas podem espalhar mais de uma dúzia de patógenos, incluindo Salmonella e Streptococcus pyogenes, e são problemáticas devido à sua atração por dispositivos intravenosos, preparações medicamentosas e feridas abertas. As formigas podem ser encontradas em uma ampla variedade de áreas de lavanderia, UTIs, diálise renal e salas de autópsia.
Moscas
Sabe-se que as moscas carregam mais de 300 tipos diferentes de germes causadores de doenças. Essas pragas contaminam os alimentos e as superfícies, espalhando organismos de doenças através de seus corpos e da saliva, que é usada para decompor os alimentos. Eles também defecam constantemente.
Manter os recipientes de lixo fechados e o mais limpos possível, remover o lixo com frequência e manter as áreas de alimentos limpas e livres de resíduos alimentares, ajuda bastante a manter essas pragas afastadas.
Elas podem ser encontrados em quase todas as partes de uma unidade de saúde, incluindo áreas de serviço de alimentação, carrinhos de comida, UTIs e suítes cirúrgicas, salas de autópsia, lavanderia, doca de carregamento e áreas de coleta de resíduos.
Percevejos
Os percevejos fizeram um retorno sério nas últimas duas décadas. Embora os percevejos não sejam considerados vetores de doenças, suas picadas podem provocar prurido, vergões vermelhos e sua presença pode causar ansiedade e insônia.
Em alguns casos, os pacientes também podem sofrer uma infecção secundária causada por traumas na pele, em decorrência de coçar as mordidas, permitindo uma porta de entrada para a infecção. Como os percevejos e seus ovos pegam carona em bolsas, sapatos e nas pessoas, eles podem facilmente ser levados a um estabelecimento de saúde.
Os percevejos costumam ser encontrados nas camas dos quartos dos pacientes.
Programas de controle e combate a pragas
Posto que a infraestrutura física das unidades de saúde é complexa, o controle de pragas também é mais complicado. Assim sendo, a importância de educar todos os níveis de equipe e a cooperação com uma empresa experiente em controle integrado de pragas não deve ser subestimada.
Os programas com maiores chances de sucesso são os que contam com o apoio total de todos os tomadores de decisão. Do mesmo modo que contar com parceria de profissionais qualificados e treinados em controle e combate a pragas.
Esses profissionais trabalharão junto à gestão para desenvolver e implementar um programa de manejo integrado de pragas (MIP) necessário para garantir a segurança dos pacientes alojados nessas instalações.
O MIP envolve soluções cujo foco está em encontrar o melhor tratamento para um problema de pragas. Uma vez que, prevê um mínimo de intervenção química, mesmo considerando procedimentos de dedetização e desratização como mais indicados em determinados casos de infestação.
Como funciona o manejo integrado de pragas
Os profissionais utilizam uma prática de três etapas, que começa pela inspeção, seguida de identificação e tratamento. As opções de tratamento no MIP podem variar de fendas de vedação, a remoção de fontes de água e alimentos e o emprego de produtos de controle, quando necessário.
É importante ressaltar que atividades de controle e combate a pragas em ambientes de assistência à saúde devem atender às normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ministério da Saúde.
Além disso, se atentar para normas técnicas de qualidade, como ISO 22000, Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, conhecida pela sigla HACCP.
Como parte da implementação do MIP, os profissionais e administradores de instalações também devem trabalhar para desenvolver programas educacionais para o pessoal que atua nos serviços assistenciais. Por estarem no local todos os dias, estes desempenham um papel importante em manter as infestações nas unidades de saúde afastadas.
Todos os funcionários devem ser instruídos a reconhecer e relatar a presença de pragas, não importa o quão minúsculo seja um problema. Seja observando excrementos de roedores ou uma barata na cozinha, várias formigas em suítes cirúrgicas ou de autópsia.
Em síntese, um único percevejo ou sinais de um no quarto do paciente, já é problema. Do mesmo modo que moscas zumbindo nas áreas de coleta de lixo devem ser reconhecidos como bandeiras vermelhas para uma potencial infestação de pragas e relatá-los imediatamente.
Os funcionários não apenas devem entender os métodos de prevenção, mas também compreender o básico do comportamento e da biologia das pragas. De maneira idêntica, saber que os percevejos pedem carona em pertences pessoais e baratas são atraídas pela umidade e se escondem em locais escuros.
Limpeza de ambientes, controle e combate a pragas
A prevenção e o manejo de pragas não podem ser vistos de modo isolado, pois estão relacionados à segurança e limpeza de ambientes das unidades de saúde.
Estabelecer um programa profissional eficaz de controle e combate a pragas é um investimento na saúde de pacientes e funcionários. Do mesmo modo, um investimento na manutenção de uma sólida reputação institucional.
Para esta atividade específica, devem ser selecionadas empresas especializadas em conformidade com as normas estabelecidas pela ANVISA. Consequentemente, garantir menor impacto ambiental, e prevenir danos à saúde de todos os envolvidos, utilizando o mínimo de produtos químicos possível.
É importante ressaltar que inseticidas e raticidas é ainda mais importante em ambientes como hospitais, já que os produtos químicos podem ser extremamente prejudiciais para a saúde.
Os benefícios de um programa profissional de controle e combate a pragas geralmente superam os custos associados. Ademais, a longo prazo, podem economizar recursos valiosos para a organização, devido às medidas preventivas proativas implementadas.
Veja também: Doenças causadas por microorganismos
Como prevenir infestações
Um esforço bem-sucedido de prevenção de pragas envolve todos os níveis de colaboradores instituição. Algumas dicas comuns incluem o seguinte:
- Encontre e elimine fontes de umidade em várias áreas do encanamento, como tubos com vazamentos e drenos entupidos.
- Mantenha os alimentos selados e armazenados adequadamente, principalmente em cozinhas e lanchonetes.
- Mantenha áreas de grande circulação sempre limpas, como áreas de alimentação e refeitórios, onde migalhas, restos de comida e lixo têm maior probabilidade de se acumular diariamente.
- Descarte o lixo regularmente e armazene-o em recipientes fechados ou lixeiras.
- Inspecione as caixas de entrega de alimentos antes de guardar na cozinha.
- Mantenha as áreas de armazenamento secas e bem ventiladas.
- Vede rachaduras e orifícios na parte externa do edifício, incluindo pontos de entrada para serviços públicos e tubulações.
- Repare se há madeira externa em decomposição nos prédios, porque alguns insetos são atraídos pela deterioração da madeira.
- Procure excrementos de roedores, incluindo em armários e locais de armazenamento.
- Providencie a poda regular de plantas, arbustos e árvores, e mantenha-os a pelo menos dois metros dos edifícios.
- Verifique regularmente se há entupimentos de esgotos na cozinha, bem como em aparelhos como geladeiras e freezers.
- Verifique se todas as entradas, especialmente nas docas de carregamento, são mantidas fechadas.
- Use luzes de vapor de sódio ao redor do exterior imediato da instalação em vez de lâmpadas fluorescentes, que tendem a atrair insetos voadores. Se luzes fluorescentes tiverem que ser usadas, elas devem ser montadas a pelo menos 30 metros dos edifícios.
Conheça nossas soluções para sanitização de ambientes. Acesse nosso catálogo de produtos.